Os 3 tipos de Alzheimer (e como evitar cada um)

Saúde mental1 mês atrás4 Visualizações

Durante décadas, a medicina convencional tratou o Alzheimer como doença homogênea, com causa singular. A busca concentrou-se em encontrar a droga que reverteria ou preveniria todos os casos. Bilhões de dólares foram investidos em pesquisa farmacêutica e produziram resultados frustrantes – medicamentos que controlam sintomas temporariamente, mas não alteram progressão da doença.

Dale Bredesen, neurologista da UCLA que desenvolveu o protocolo multiterapêutico de reversão de declínio cognitivo, propôs uma reclassificação baseada em mecanismos fisiopatológicos subjacentes. Segundo sua taxonomia, existem três tipos principais de Alzheimer, cada um com causas predominantes distintas e requerendo estratégias preventivas específicas.

Tipo 1: Alzheimer atrófico

Alzheimer atrófico caracteriza-se por perda progressiva de massa cerebral. O cérebro saudável pesa aproximadamente um quilo e quatrocentos gramas. Em casos avançados de Alzheimer tipo 1, pode-se perder até cinquenta por cento desse peso, chegando a setecentos gramas.

O mecanismo subjacente envolve deficiências crônicas de nutrientes e hormônios essenciais para manutenção neuronal, como vitamina D, vitaminas do complexo B (especialmente B12 e folato), ômega-3, magnésio – todos desempenham papéis críticos em função e sobrevivência neuronal.

Hormônios também são centrais. Estrogênio, progesterona, testosterona, pregnenolona, hormônio tireoidiano – todos influenciam o metabolismo cerebral. Deficiências hormonais relacionadas ao envelhecimento podem acelerar atrofia cerebral.

Pessoas com Alzheimer tipo 1 frequentemente têm histórico de dieta pobre em nutrientes essenciais, baixa exposição solar (vitamina D), problemas de absorção intestinal ou declínio hormonal não tratado. O cérebro, privado de suporte metabólico adequado, encolhe gradualmente.

Prevenção tipo 1: nutrição densa, suplementação quando necessária (após avaliação de deficiências), exposição solar adequada, avaliação e correção de desequilíbrios hormonais, saúde intestinal otimizada para absorção de nutrientes.

Tipo 2: Alzheimer inflamatório

O Alzheimer inflamatório desenvolve-se no contexto da inflamação crônica sistêmica. Não é uma inflamação aguda e localizada – como resposta a infecção ou lesão – mas um estado inflamatório de baixo grau, persistente, que permeia o organismo.

A inflamação crônica é uma característica central de síndrome metabólica – uma constelação de condições que incluem resistência insulínica, obesidade abdominal, hipertensão, dislipidemia. Todas essas condições produzem e são exacerbadas por inflamação sistêmica.

Quando a inflamação persiste por anos ou décadas, atravessa a barreira hematoencefálica e afeta cérebro. As células imunológicas cerebrais (microglia) tornam-se cronicamente ativadas, produzindo citocinas inflamatórias que danificam neurônios e promovem acúmulo de proteínas patológicas como beta-amiloide.

Pessoas com Alzheimer tipo 2 frequentemente têm histórico de síndrome metabólica, diabetes tipo 2, obesidade, dieta pró-inflamatória (alta em açúcares refinados, gorduras trans, alimentos ultraprocessados, óleos vegetais refinados), sedentarismo e estresse crônico mal gerenciado.

Prevenção tipo 2: a reversão da resistência insulínica é feita através de dieta anti-inflamatória (baixa em carboidratos refinados, rica em vegetais e gorduras saudáveis), exercício regular, gerenciamento de estresse, sono adequado, controle de peso corporal.

Tipo 3: Alzheimer tóxico

O Alzheimer tóxico resulta de exposição crônica a substâncias neurotóxicas. Diferente dos tipos 1 e 2, onde cérebro está privado de suporte adequado ou sendo danificado por inflamação, no tipo 3 há um envenenamento direto de tecido neuronal.

Toxinas implicadas incluem metais pesados (mercúrio, chumbo, alumínio), biotoxinas de mofo (micotoxinas produzidas por fungos em ambientes com umidade excessiva), poluentes atmosféricos, pesticidas e alguns solventes industriais.

Pessoas com Alzheimer tipo 3 frequentemente têm histórico de exposição ocupacional ou ambiental a toxinas. Trabalhadores de indústrias químicas, pessoas vivendo em ambientes com mofo crônico, indivíduos com múltiplas restaurações dentárias com amálgama (contém mercúrio), moradores de áreas com poluição atmosférica intensa.

O tipo 3 tende a manifestar-se mais cedo que tipos 1 e 2 – frequentemente antes dos sessenta anos – e progredir mais rapidamente.

Prevenção tipo 3: minimizar a exposição a toxinas conhecidas, avaliar e remediar ambientes com mofo, considerar remoção de amálgamas dentárias por profissional especializado, apoiar processos naturais de desintoxicação do corpo (função hepática e renal saudáveis) e fazer suplementação com agentes quelantes quando apropriado (sob supervisão profissional).

Tipos mistos

Na prática clínica, muitos casos apresentam características de múltiplos tipos. Pessoa pode ter deficiências nutricionais (tipo 1) combinadas com inflamação crônica de síndrome metabólica (tipo 2). Ou inflamação (tipo 2) agravada por exposição a biotoxinas de mofo (tipo 3).

A classificação não é rígida. É um framework conceitual que ajuda a identificar fatores de risco predominantes e direcionar intervenções preventivas de forma mais precisa.

Por que isso importa

Se o Alzheimer fosse uma doença homogênea com causa única, a abordagem preventiva seria universal. Como não é, a estratégia efetiva requer identificação de quais fatores de risco são mais relevantes para o caso especificamente.

Pessoa com síndrome metabólica, obesidade e resistência insulínica deve priorizar a reversão desses fatores (tipo 2). Pessoa com deficiências nutricionais documentadas e declínio hormonal deve focar em correção desses desequilíbrios (tipo 1). Pessoa com exposição conhecida a toxinas deve minimizar exposição e apoiar desintoxicação (tipo 3).

O protocolo preventivo ideal não é idêntico para todos. É personalizado e baseado em perfil de risco individual.

Avaliação pessoal

Pergunte-se: qual tipo de Alzheimer tenho maior probabilidade de desenvolver baseado no meu histórico e estilo de vida atual?

Deficiências nutricionais crônicas, dieta pobre, baixa exposição solar, desequilíbrios hormonais não tratados? Risco aumentado de tipo 1.

Síndrome metabólica, resistência insulínica, obesidade, inflamação crônica, sedentarismo? Risco aumentado de tipo 2.

Exposição ocupacional ou ambiental a toxinas, mofo em casa, múltiplas restaurações dentárias com amálgama? Risco aumentado de tipo 3.

A identificação não é para gerar ansiedade. É para direcionar uma ação preventiva, de forma inteligente e eficiente.

Cuide da sua saúde mental. Porque ninguém fará isso por você.

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